
A Inteligência Artificial generativa já faz parte do dia a dia de 32% dos usuários de internet no Brasil, o equivalente a cerca de 50 milhões de pessoas com 10 anos ou mais. O dado integra a TIC Domicílios 2025, pesquisa anual do Cetic.br divulgada nesta terça-feira (9), que mediu pela primeira vez a adoção de ferramentas de IA no país. Apesar do avanço, o levantamento indica que os benefícios da tecnologia ainda se concentram entre os grupos de maior renda e escolaridade.
Segundo a pesquisa, 84% dos usuários de IA recorrem às ferramentas para fins pessoais. Entre quem ainda não utiliza a tecnologia, predominam a falta de interesse ou necessidade (76%), preocupações com segurança e privacidade (63%), falta de habilidade para usar IA (58%) e desconhecimento sobre a existência dessas ferramentas (52%).
Para Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br, a rápida expansão da IA exige atenção ao risco de aprofundar desigualdades: “À medida que a IA ganha relevância em diferentes esferas da vida cotidiana, a desigualdade na apropriação dessa ferramenta entre os diferentes estratos de renda e escolaridade torna-se um elemento que chama a atenção”.
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A TIC Domicílios também revela que a falta de habilidade digital é um entrave entre os menos escolarizados. Entre os usuários que não utilizam IA e têm até o Ensino Fundamental, 65% relatam dificuldade para operar as ferramentas.
Além disso, o uso da IA generativa é mais frequente entre os grupos de maior renda. Enquanto 69% dos usuários de internet da classe A já utilizaram essas ferramentas, nas classes D e E a proporção despenca para 16%. A distância também aparece no recorte por escolaridade, 59% dos usuários com Ensino Superior já adotaram IA, contra apenas 17% entre aqueles com Ensino Fundamental.

Uso do Pix, apostas online e serviços governamentais
Além dos dados sobre IA, a TIC Domicílios mediu outros comportamentos digitais relevantes. O estudo mostra que 86% dos domicílios brasileiros têm acesso à internet em 2025, aumento de três pontos percentuais em relação ao ano anterior.
O Pix segue em expansão e é o principal meio de transações digitais, com 75% dos usuários de internet utilizando o sistema, embora a adesão varie de 98% na classe A a 60% nas classes D e E.
A pesquisa também mapeou, pela primeira vez, o alcance das apostas online no país. Cerca de 30 milhões de brasileiros, ou 19% dos usuários de internet, já realizaram algum tipo de aposta pela rede, prática mais comum entre homens (25%) do que entre mulheres (14%). Os tipos incluem apostas esportivas, cassino online, rifas digitais e loterias federais.
No setor público, 71% dos usuários de internet com 16 anos ou mais utilizaram serviços digitais governamentais em 2025. A plataforma Gov.br foi acessada por 56% desse público, seja para realizar serviços próprios, auxiliar terceiros ou com apoio de outra pessoa.
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