Pesquisas conduzidas por cientistas indicam que o cometa 3I/ATLAS está repleto de água congelada. O estudo sugere que essa água pode estar retida no objeto interestelar há cerca de 7 bilhões de anos, o que o tornaria mais antigo que o nosso Sistema Solar — formado há aproximadamente 4,6 bilhões de anos.
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Os pesquisadores, liderados por Bin Yang, cientista da Universidade Diego Portales, realizaram observações com o instrumento SpeX, instalado no Telescópio Infravermelho da NASA (IRTF), localizado no Havaí.
O estudo também utilizou dados obtidos com o Espectrógrafo Multiobjeto Gemini, instalado no Telescópio Gemini Sul, no Chile.
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“3I/ATLAS é um cometa ativo. Ele apresenta claramente uma cabeleira e provavelmente contém uma quantidade significativa de gelo de água. Sua atividade física confirma sua classificação como cometa. A descoberta mais empolgante foi a presença de gelo de água na cabeleira”, destacou Yang ao site Space.com.

Cauda do cometa
À medida que o 3I/ATLAS se aproxima do Sol, a radiação da estrela pode vaporizar as camadas externas do objeto, transformando o gelo em gás.
Esse gás é expelido da superfície e forma o que é chamado de coma — uma nuvem de gás e poeira que envolve o núcleo do cometa e que costuma ser acompanhada por uma cauda brilhante, uma das características mais marcantes desses corpos celestes.
Semelhança com asteroides

A nova pesquisa aponta também que o 3I/ATLAS possui uma mistura de moléculas orgânicas, silicatos e minerais à base de carbono.
Isso significa que o terceiro visitante interestelar já identificado pelos astrônomos apresenta características espectroscópicas muito semelhantes às de asteroides do tipo D, encontrados no cinturão principal de asteroides do Sistema Solar, localizado entre Marte e Júpiter.
“Suas propriedades de refletância são mais semelhantes às de asteroides do tipo D e de alguns cometas ativos. O espectro do 3I/ATLAS pode ser equiparado a uma combinação de material do meteorito do Lago Tagish com gelo de água. Isso sugere uma mistura de compostos orgânicos, silicatos, minerais carbonáticos e uma quantidade significativa de gelo de água”, ressaltou o líder da pesquisa.
A nova pesquisa foi submetida à pré-avaliação por pares e está disponível na plataforma arXiv.
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