Você vai ver na TV anúncios da Mondelez, fabricante de Oreo, usando IA em 2026

Tecnologia

A Mondelez, dona de marcas como Oreo, Chips Ahoy, Milka e Cadbury, confirmou que começará a veicular comerciais inteiramente gerados por IA a partir de 2026, com planos até para o Super Bowl de 2027. A empresa investiu mais de US$ 40 milhões (cerca de R$ 200 milhões) no desenvolvimento de uma plataforma própria de geração de vídeos, em parceria com Publicis Groupe e Accenture. O objetivo é reduzir custos de produção em até 50% e acelerar o ciclo criativo, permitindo testar e lançar campanhas com muito mais velocidade.

Por enquanto, a IA já está sendo usada para conteúdos de redes sociais e páginas de produtos, como no caso de Oreo na Amazon e Walmart. Mas o próximo passo é a criação de peças completas para TV. Segundo executivos da companhia, o sistema já cria vídeos curtos e deve evoluir para comerciais mais sofisticados no próximo ano.

Mas se as campanhas forem parecidas com alguns exemplos recentes, vem aí debate, e talvez rejeição. A Mondelez, ciente disso, afirma que não irá gerar rostos humanos por enquanto e que todas as peças passarão por revisão humana antes de ir ao ar.


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Teremos Oreo de IA?

Você vai ver na TV anúncios da Mondelez, fabricante de Oreo, usando IA em 2026 (Imagem: Israel Albornoz/Unsplash)

Ainda assim, uma questão curiosa está no ar: se as imagens dos produtos já eram hiperproduzidas e muitas vezes nem representavam comida real, o que esperar agora? Em comerciais tradicionais, bolos são feitos com espuma, sorvetes com purê de batata e leite com cola para parecer mais denso. Com IA, veremos alimentos “perfeitos” que talvez nunca existam no mundo físico.

A pergunta é inevitável: a publicidade vai ficar ainda mais distante da realidade e isso importa para o consumidor? Em um mundo que valoriza transparência e autenticidade, as marcas podem descobrir que economizar na produção tem um custo maior na percepção do público. Prepare-se: os comerciais de Oreo do futuro podem ser tão artificiais quanto a própria tecnologia que os cria.

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