A estratégia de “gourmetização” da Xiaomi parece estar saindo pela culatra na Índia. Ao focar em smartphones mais premium, com tecnologia de ponta e consequentemente mais caros, a marca acabou perdendo espaço em um dos maiores mercados globais. Enquanto isso, concorrentes como Vivo (Jovi, no Brasil) e Oppo estão ganhando terreno.
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Segundo relatório da Canalys, no segundo trimestre de 2025 a Xiaomi registrou uma queda de 25% nas vendas, com 5 milhões de unidades vendidas e participação de 13% do mercado indiano, empatando com a Realme. Em contraste, a Vivo disparou, alcançando 21% de market share e liderando o país com 8,1 milhões de dispositivos vendidos.
Parte do problema estaria no reposicionamento da marca. A Xiaomi decidiu reduzir sua vasta gama de produtos para priorizar um portfólio mais enxuto e premium.
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Isso teria entrado em choque com a percepção consolidada do consumidor local, que ainda associa a empresa a aparelhos econômicos de bom custo-benefício.
Essa reorientação teria gerado confusão entre varejistas e clientes. A mudança deteriorou as relações com parceiros de varejo, que costumavam obter margens menores ao vender Xiaomi (cerca de 9%) comparado a Vivo e Oppo (cerca de 13%), reduzindo o incentivo à promoção da marca nas lojas físicas.
Enquanto isso, a Vivo se beneficia da forte presença offline e estratégias locais bem calibradas, como a linha Y e outras séries de sucesso, oferecendo aparelhos adequados para cada bolso e região.
A Xiaomi, ao tentar elevar seus preços acima de ₹ 20.000 (aproximadamente R$ 1.300) sem reforçar sua imagem premium, acabou perdendo relevância – tanto em volume quanto em valor.
Nova estratégia
A Xiaomi já vem revendo sua estratégia no mercado indiano. Segundo informações do SmartPrix, a empresa teria optado por cancelar o lançamento do Xiaomi 15 Civi no país, que chegaria custando entre ₹ 35.000 e ₹ 45.000 (R$ 2.255 e R$ 2.900).
O baixo desempenho do seu antecessor, o 14 Civi, teria sido a principal razão por trás de decisão da Xiaomi. O suposto recuo sinaliza uma mudança clara na estratégia da marca, que pode limitar os produtos distribuídos no mercado indiano daqui em diante.
Contudo, não se sabe até que ponto a gigante chinesa pretende continuar investindo em celulares mais requintados.
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